Tarifaço deixa carne e café mais baratos no varejo brasileiro, aponta pesquisa
- promocaoasbrafe
- 2 de set.
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Scanntech analisou 13,5 bilhões de tíquetes em mais de 60 mil pontos de venda

Menos de um mês após a sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos às exportações brasileiras, itens como carne e café já apresentam queda nos preços no mercado interno.
O levantamento é da Scanntech, que analisou 13,5 bilhões de tíquetes de compra em mais de 60 mil pontos de venda, e foi antecipado à CNN.
Preços em queda
Entre julho e agosto, os produtos impactados pela medida apresentaram retração:
Frango: queda de 5,7% (R$ 17,33/kg)
Café: queda de 4,6% (R$ 76,40/kg)
Carne suína: queda de 1,3% (R$ 23,05/kg)
Carne bovina: queda de 0,8% (R$ 34,58/kg)
A única exceção foi o setor de pescados, que registrou alta de 2% (R$ 34,43/kg).
Oferta e demanda
Em vigor desde 6 de agosto, a tarifa implementada pelo governo Trump obrigou exportadores brasileiros que não obtiveram isenção a buscar alternativas. Algumas empresas redirecionaram a produção para novos mercados — como o México, no caso da carne — enquanto outras passaram a direcionar os volumes ao mercado interno.
Esse excesso de oferta, diante de uma demanda relativamente estável, pressionou os preços para baixo, seguindo a lógica da lei de mercado.
“O aumento da oferta interna começa a pressionar os preços no varejo brasileiro. O consumidor sente alívio no curto prazo, mas isso gera uma preocupação em cadeia para produtores e indústrias”, afirma Thomaz Machado, CEO da Scanntech.
Caminhos de reversão
Apesar da queda de preços, setores como café e carne bovina ainda veem as negociações com os Estados Unidos como prioridade. Os dois produtos estão entre os 10 mais exportados pelo Brasil ao mercado norte-americano no primeiro semestre de 2025.
Segundo Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), a entidade busca manter diálogo com a indústria cafeeira norte-americana e com o Departamento de Estado dos EUA para garantir a isenção das tarifas sobre o café.
A mesma estratégia é adotada pelo setor de carnes. O presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), Roberto Perosa, disse ao CNN Money que a indústria tem defendido junto ao governo federal a continuidade das negociações com a administração Trump para restabelecer o fluxo normal de exportações.







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