Produção estaciona, estoques acumulam e empregos recuam no 3º trimestre, aponta CNI
- promocaoasbrafe
- 22 de out.
- 3 min de leitura
Entre diversos fatores, desaceleração da indústria resulta de demanda mais fraca do que o esperado pelos empresários

A indústria brasileira encerrou o terceiro trimestre de 2025 com novos sinais de dificuldade.De acordo com a Sondagem Industrial, divulgada nesta segunda-feira (20) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a produção do setor estagnou em setembro, enquanto os estoques aumentaram e o emprego recuou.O levantamento também mostra que os empresários estão mais preocupados com a demanda interna insuficiente, um dos principais fatores que explicam a desaceleração.
Produção estável e emprego em queda
O índice de evolução da produção industrial ficou em 50,1 pontos em setembro — praticamente sobre a linha divisória dos 50 pontos —, indicando estabilidade da produção em relação a agosto.
Já o índice de evolução do emprego registrou 48,9 pontos, sinalizando redução no número de trabalhadores industriais. O resultado é atípico para o período, já que desde 2020 o emprego vinha crescendo em setembro, com exceção de 2023.
Estoques acima do planejado
O nível de estoques subiu para 50,8 pontos, o que revela acúmulo de produtos entre agosto e setembro.Além disso, o índice de estoque efetivo em relação ao usual passou de 48,8 pontos em agosto para 50,7 pontos em setembro, indicando que o volume
armazenado ficou acima do planejado pelas empresas.
“Os dados mostram um quadro difícil para a indústria. É importante notar que o acúmulo de estoques indesejado ocorre mesmo com um freio na produção. É um sinal de que a demanda veio mais fraca do que os empresários esperavam”, explica Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI.
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) manteve-se em 70%, mas ainda abaixo do patamar de 72% observado em setembro do ano passado.
Condições financeiras mostram leve melhora
No 3º trimestre, o índice de satisfação com a situação financeira das empresas subiu de 48,4 para 48,9 pontos, indicando redução na insatisfação, embora ainda abaixo da linha de estabilidade.
O índice de satisfação com o lucro operacional avançou de 42,8 para 43,6 pontos, recuperando parte da queda registrada entre o 1º e o 2º trimestres, mas permanecendo bem abaixo dos 50 pontos, o que mostra insatisfação persistente com a rentabilidade.
O acesso ao crédito também teve leve melhora, subindo de 39,9 para 40,3 pontos, mas o indicador segue em nível restritivo.Já o índice de evolução dos preços das matérias-primas caiu de 57,0 para 55,2 pontos, indicando menor pressão de custos, embora ainda haja percepção de aumento de preços.
Carga tributária, demanda fraca e juros altos seguem como principais entraves
Questionados sobre os três principais problemas enfrentados no trimestre,
37,8% dos empresários apontaram a alta carga tributária;
28,8% mencionaram a demanda interna insuficiente;
e 27,3% destacaram as taxas de juros elevadas.
Na sequência aparecem a falta ou alto custo de trabalhadores qualificados (22,9%) e a concorrência desleal (19,1%).
Expectativas para exportações e demanda melhoram
Em outubro, o índice de expectativa de quantidade exportada subiu de 46,6 para 48,6 pontos.Embora ainda abaixo de 50, o avanço indica menor pessimismo com as exportações nos próximos seis meses.
O índice de expectativa de demanda também registrou leve alta, de 52,3 para 52,5 pontos, mantendo o otimismo quanto à procura por bens industriais.Já as expectativas para emprego (49,3 pontos) e compras de matérias-primas (51 pontos) recuaram 0,3 ponto, mostrando cautela dos empresários.
Intenção de investimento volta a crescer
O índice de intenção de investimento subiu de 54,4 para 54,8 pontos, recuperando parte da queda acumulada entre dezembro de 2024 e setembro de 2025, quando havia recuado 4,4 pontos.O resultado indica disposição moderada das empresas para investir, mesmo diante de um cenário de desaceleração.
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