O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) revelou um aumento de 11,9% na movimentação financeira das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras em setembro de 2024, comparado ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado do ano, o índice aponta um crescimento de 5,8% em relação ao mesmo período de 2023.
O IODE-PMEs é um indicador econômico das empresas com faturamento anual de até R$50 milhões, englobando 701 atividades econômicas em quatro setores principais: Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.
Segundo Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, o crescimento das PMEs em setembro foi observado em todos os setores.
“A manutenção de sinais positivos no ambiente macroeconômico brasileiro na ótica do mercado de trabalho e renda das famílias segue impulsionando o desempenho das PMEs, ao mesmo tempo em que a confiança dos consumidores, medido pelo indicador da FGV (ICC-FGV), se mostra em alta no período recente, reforçando o contexto positivo para o consumo”, explica Beraldi.
O setor de Comércio foi o destaque, com uma alta de 19,2% em setembro na comparação anual, representando um dos melhores desempenhos do segmento em 2024. “A recuperação consistente nos últimos meses, tanto no atacado quanto no varejo, sugere um final de ano promissor para as PMEs do setor. Esse contexto eleva as expectativas para o impacto de datas sazonais, como a Black Friday, na receita das empresas nos próximos meses”, acrescenta o economista.
As PMEs industriais voltaram a apresentar crescimento em setembro, após uma leve queda no mês anterior, registrando um avanço de 11,8% em comparação com o mesmo período de 2023. Entre os 22 subsegmentos da indústria de transformação monitorados, 18 tiveram aumento no faturamento, com destaque para as áreas: ‘fabricação de móveis’, ‘fabricação de produtos de metal’ e ‘fabricação de celulose e papel’.
No setor de Serviços, as PMEs cresceram 7,3% em setembro, embora a base de comparação com 2023 fosse alta devido à recuperação que o setor já apresentava no ano anterior. O desempenho foi impulsionado principalmente pelas ‘atividades administrativas’ e ‘atividades de entrega’.
Por fim, as PMEs do setor de Infraestrutura registraram um crescimento de 11,3% na movimentação financeira real em setembro, com destaque para os segmentos de ‘eletricidade’ e ‘serviços especializados para construção’, que lideraram o avanço ao longo do terceiro trimestre.
O resultado positivo em setembro contribui para a manutenção do bom desempenho das PMEs brasileiras no curto prazo. “Mesmo com as perspectivas de aumento das pressões inflacionárias e das taxas de juros, fatores como a confiança dos consumidores em alta e persistência da taxa de desemprego em níveis historicamente baixos devem sustentar a continuidade do crescimento das PMEs nos próximos meses”, afirma Beraldi.
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