PIB cresce 0,4% no 2º trimestre e MPEs puxam avanço da economia
- promocaoasbrafe
- 5 de set.
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Resultado ficou acima das projeções do mercado, impulsionado por serviços e consumo das famílias

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil avançou 0,4% no segundo trimestre de 2025, frente ao período anterior, somando R$ 3,2 trilhões em valores correntes. O desempenho superou as expectativas do mercado e foi sustentado principalmente pelo setor de serviços (0,6%) e pela indústria (0,5%), que compensaram a queda da agropecuária (-0,1%).
Pela ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 0,5%, favorecido pela massa salarial e programas de transferência de renda, enquanto o consumo do governo recuou 0,6% e os investimentos caíram 2,2%. Já no setor externo, exportações subiram 0,7% e importações caíram 2,9%.
Com o resultado, o PIB atingiu o maior patamar desde o início da série histórica, em 1996. O último recuo trimestral havia sido registrado em 2021.
Serviços lideram crescimento
O avanço dos serviços foi disseminado, com destaque para:
atividades financeiras e de seguros (+2,1%);
informação e comunicação (+1,2%);
transporte, armazenagem e correio (+1%);
outras atividades de serviços (+0,7%);
atividades imobiliárias (+0,3%).
O comércio ficou estável, e a administração pública apresentou queda de 0,4%.
Na indústria, o destaque foi o setor extrativo, que subiu 5,4%. Em contrapartida, houve retração em eletricidade, gás e saneamento (-2,7%), indústrias de transformação (-0,5%) e construção (-0,2%).
Segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, o resultado indica uma desaceleração diante da política monetária restritiva adotada em 2024, que afeta especialmente atividades dependentes de crédito, como a construção e a produção de bens de capital.
Comparação anual: agropecuária em destaque
Na comparação com o mesmo período de 2024, o PIB avançou 2,2%, impulsionado pela alta de 10,1% na agropecuária, favorecida pelo clima e por uma safra recorde de milho e soja. A indústria cresceu 1,1%, com forte contribuição das extrativas (+8,7%), enquanto os serviços avançaram 2% de forma generalizada.
Pela ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 1,8%, o consumo do governo subiu 0,4% e os investimentos aumentaram 4,1%, refletindo maior importação de bens de capital e investimentos em software.
MPEs ganham protagonismo
O presidente do Sebrae, Décio Lima, ressaltou o papel das Micro e Pequenas Empresas (MPEs) no resultado positivo da economia.
“Em julho, oito a cada dez empregos foram gerados pelos pequenos negócios. Representamos 27% do PIB e mais da metade da mão de obra formal do país”, destacou.
Segundo o Sebrae, até julho já foram abertos mais de 3 milhões de novos empreendimentos, dos quais 77% são MEIs. As MPEs se destacaram principalmente no setor de serviços, que segue como maior gerador de postos de trabalho.
Para Lima, o cenário de estabilidade da Selic e a perspectiva de redução gradual dos juros em 2026 devem ampliar a confiança dos empreendedores, estimulando inovação, digitalização e capacitação.
“Promoveremos cada vez mais o acesso a mercados digitais e a formação de redes de colaboração entre micro e pequenos empresários, para garantir crescimento sustentável e desenvolvimento inclusivo”, concluiu.







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