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Mais brasileiros vivem sozinhos: varejo e indústria se adaptam ao novo consumo

Supermercados e fabricantes respondem com embalagens menores, praticidade e soluções que evitam desperdício

Fonte: Banco de Imagens Canva
Fonte: Banco de Imagens Canva

O Brasil passa por uma transformação estrutural nos lares: cresce o número de pessoas que optam — ou acabam — vivendo sozinhas em todas as faixas etárias, reflexo de mudanças demográficas, culturais e de estilo de vida.


Segundo o Censo Demográfico de 2022 do IBGE, os domicílios unipessoais saltaram de 12,2% em 2010 para 18,9% em 2022. Entre os maiores de 60 anos, a alta foi ainda mais expressiva: de 21,5% para 28,7%.


Esse cenário altera hábitos e expectativas de consumo. Mais do que quantidade, consumidores que moram sozinhos buscam praticidade, porções menores e embalagens que evitem desperdício, sem abrir mão de variedade e qualidade.


Compras frequentes, mas em menor volume


Para o consultor de varejo Michel Jasper, a mudança impacta toda a cadeia.“Por muitos anos, a indústria operou sob a lógica do formato família e do abastecimento mensal. Agora, precisa rever tamanhos, fórmulas e até estratégias de sortimento. Já o varejo percebe maior giro em produtos de reposição rápida e menor gramatura”, afirma.

Segundo Jasper, o consumidor solo tende a gastar mais por unidade, mas compra em menor volume e com maior frequência. “É um perfil que busca conveniência, experimenta novas marcas e categorias com mais abertura e faz compras quase diariamente, de acordo com a necessidade imediata”, explica.


O reflexo já aparece nas categorias de maior crescimento: refeições prontas refrigeradas ou congeladas, snacks, barras proteicas e bebidas em embalagens individuais — do vinho em taça às cervejas long neck.


O desafio, destaca o especialista, é equilibrar o sortimento. “É preciso atender a esse público sem perder atratividade para famílias, que ainda são maioria. A oportunidade está na frequência: quem mora sozinho vai mais vezes ao supermercado e tende a ser fiel às marcas que oferecem soluções adequadas ao seu estilo de vida.”


Respostas do varejo e da indústria


Supermercados e fabricantes já se movimentam para acompanhar a tendência. Na Coop, a área de rotisseria ganha protagonismo. “Deixamos de ser apenas um ponto de abastecimento para também oferecer soluções em alimentação. O consumidor busca praticidade e qualidade em porções sob medida, seja para levar para casa ou para o dia a dia”, afirma Celso Furtado, CEO da rede.


Na indústria, a Nissin Foods aposta em variedade. “Há mais de 60 anos criamos um alimento prático e seguro. Hoje, oferecemos 53 produtos em diferentes formatos e sabores, a maioria em porções individuais”, diz Danielle Ximenes, gerente de marca. Ela ressalta que estudos internos indicam uma demanda recorrente por embalagens intermediárias — “um pacote e meio” —, reforçando a importância de diversificar gramaturas.


Na Seara, o movimento também é claro. “O aumento dos lares unipessoais impulsiona a busca por porções menores e alimentos convenientes. Linhas como Air Fryer e Panelinhas têm crescido exatamente por atender esse perfil”, afirma Michele Srour, diretora de Marketing de Refeições e Proteínas Congeladas.


A executiva destaca que a linha Air Fryer oferece seis opções prontas em até 20 minutos, enquanto as Panelinhas trazem sete pratos inspirados na comida caseira, em embalagens individuais, recicláveis e colecionáveis. “Estudos internos mostram que há preferência por embalagens entre 200 g e 400 g, que evitam desperdício, além do crescimento de novos momentos de consumo, como o snack da noite.”


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