Empresas precisam se adaptar à NR-1, alerta FecomercioSP em reunião do CRACM
- promocaoasbrafe
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Norma, em vigor em caráter educativo, passará a prever multas a partir de 2026 e exige atenção especial à saúde mental e aos riscos psicossociais

A Norma Regulamentadora 1 (NR-1), que define diretrizes para a gestão de riscos ocupacionais, entrou em vigor em maio deste ano em caráter educativo. A partir de maio de 2026, porém, o descumprimento poderá resultar em multas. O foco da norma está na saúde mental e nos riscos psicossociais relacionados ao trabalho, como ansiedade, burnout e depressão, que precisarão ser avaliados e monitorados pelas empresas.
O tema foi debatido em setembro durante a reunião do Comitê de Relacionamento das Assessorias de Comunicação e Marketing (CRACM) da FecomercioSP, em palestra conduzida pelo assessor da Entidade, Eduardo Pastore. Ele reforçou que a regulamentação não deve ser vista apenas como obrigação burocrática:
“A segurança do trabalho não é fabricar documentos, mas transformar o ambiente de trabalho. O funcionário que adoece é um sinal de que o trabalho também adoeceu”, destacou.
O que muda para as empresas?
Com a NR-1, as companhias terão de mapear riscos psicossociais e elaborar planos de ação dentro do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). Entre os fatores a serem observados estão prazos inalcançáveis, sobrecarga de tarefas, desmotivação e dificuldade de concentração.
Diferentemente da NR-17, focada na ergonomia, a NR-1 possui abrangência maior, contemplando não só aspectos físicos, mas também emocionais e sociais. Pastore ressaltou que não é necessário contratar novos profissionais: médicos, advogados, gestores e especialistas em ergonomia que já atuam na empresa podem apoiar a implementação.
Desafios e mitos
Um dos principais desafios será a chamada prova negativa do nexo causal, ou seja, comprovar que a empresa adota medidas capazes de reduzir o risco de que o ambiente de trabalho cause adoecimento. Para isso, é essencial manter a documentação organizada e condizente com a realidade.
Outro mito é o de que a norma implicaria custos elevados. Segundo Pastore, há medidas simples e acessíveis que já podem ser aplicadas, como fortalecer a cultura de feedback, incentivar atividades físicas e ajustar prazos para que sejam realistas.
Fiscalização e orientação
A partir de 2026, auditores do trabalho irão avaliar não apenas a documentação, mas também se as práticas de gestão e o ambiente de trabalho correspondem ao que foi registrado. Setores como telemarketing, frigoríficos, saúde, bancos e comércio com longas jornadas estão entre os mais expostos a riscos psicossociais.
Pastore concluiu reforçando o caráter estratégico da norma:
“Mais do que evitar multas, as empresas precisam enxergar a NR-1 como parte da responsabilidade social e da boa gestão. Um ambiente saudável reduz afastamentos, fortalece a imagem da marca e melhora a produtividade.”
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