Custo de vida desacelera na RMSP em junho
- promocaoasbrafe
- 31 de jul.
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Com equilíbrio nos preços dos alimentos, famílias começam a sentir alívio no orçamento — mas alta acumulada de mais de 6% em 12 meses ainda preocupa

O custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) registrou queda de 0,21% em junho, segundo o levantamento Custo de Vida por Classe Social (CVCS), da FecomercioSP, com base em dados do IBGE. A desaceleração vem ocorrendo de forma gradual nos últimos meses, puxada principalmente pela redução da pressão nos alimentos.
No entanto, o índice ainda acumula alta de 6,11% nos últimos 12 meses.
📊 [GRÁFICO 1]
Variação mensal do custo de vida na RMSP (CVCS)

De acordo com a FecomercioSP, a expectativa é de estabilização dos preços na capital paulista, já que os principais grupos de consumo não indicam pressões significativas no curto prazo — com exceção da conta de energia elétrica, que deve ter aumento mais expressivo em julho. Mesmo assim, com o mercado de trabalho aquecido, o poder de consumo das famílias tende a se manter, ajudando a equilibrar preços e melhorar o cenário do comércio e da inadimplência.
Alimentos ajudam no alívio, principalmente para as classes mais baixas
O grupo Alimentação e Bebidas, que vinha sendo o principal fator de pressão, acumulou alta de 8,93% nos últimos 12 meses, mas registrou leve retração de 0,09% em junho. Essa desaceleração contribuiu para um impacto menor sobre as classes D e E, que apresentaram quedas de 0,23% e 0,18%, respectivamente. Já a classe A teve leve alta de 0,04%.
Nos supermercados, os preços também recuaram -0,31%, impulsionados por quedas em carnes (-1,21%), frutas (-2,96%) e hortaliças e verduras (-6,29%). Em contrapartida, a alimentação fora do lar subiu 0,23% no mês.
📊 [TABELA 2]Variação do custo de vida por classe social na RMSP – Junho/2025

Transportes aliviam, mas energia elétrica pressiona
O grupo Transportes teve queda de 0,07% no mês, com destaque para a redução nas passagens aéreas (-2,6%) e gasolina (-0,8%). Esse recuo também beneficiou especialmente as classes de menor renda: enquanto a classe E teve variação de -0,25%, a classe A apresentou aumento de 0,24% nesse grupo.
A maior pressão em junho veio do grupo Habitação, que subiu 0,8%, puxado pelo aumento de 2,9% na energia elétrica. A tendência é que esse impacto se intensifique nos próximos meses, com o reajuste médio de 13,94% na tarifa, autorizado pela Aneel a partir de julho.
O impacto da energia foi percebido de forma relativamente uniforme: +0,77% para a classe E e +0,74% para a classe B.
Acumulado do ano e impacto por classe
No acumulado de janeiro a junho de 2025, o CVCS registra alta de 2,79%. No mesmo período de 2024, o índice havia subido 1,69%. Já no acumulado de 12 meses (julho de 2023 a junho de 2024), a alta chega a 3,29%.
Entre as faixas de renda, o custo de vida avançou mais para as classes de menor poder aquisitivo:
Classe E: +6,69%
Classe D: +6,59%
Classe B: +5,78%
Classe A: +5,74%
Esse cenário reflete a concentração de gastos em itens essenciais para as classes mais baixas, como alimentação, energia e transporte.
📊 [TABELA 3]Variação acumulada do custo de vida por classe social – últimos 12 meses








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