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Número de empresas industriais que usam IA cresce 163% em dois anos


Utilização chega a 41,9% das companhias pesquisadas pelo IBGE em 2024


Fonte: Banco de Imagens Canva
Fonte: Banco de Imagens Canva

O uso de inteligência artificial (IA) na indústria brasileira avançou de forma expressiva nos últimos dois anos. Segundo a Pesquisa de Inovação Semestral (Pintec), divulgada pelo IBGE em 24 de setembro de 2024, o número de empresas industriais que utilizam IA saltou de 1.619 em 2022 para 4.261 em 2024, um crescimento de 163%.


No primeiro semestre de 2024, 41,9% das companhias industriais pesquisadas já faziam uso da tecnologia, contra apenas 16,9% no levantamento anterior.


O estudo, realizado com apoio da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), analisou 1.731 empresas com 100 ou mais empregados, em um universo de mais de 10 mil companhias.


Difusão das IAs generativas


De acordo com o gerente de pesquisas temáticas do IBGE, Flávio José Marques Peixoto, o avanço está diretamente ligado à popularização das IAs generativas — sistemas capazes de criar textos, imagens e outros conteúdos. Ele lembra que, entre os dois levantamentos, ocorreu o lançamento e a rápida difusão do ChatGPT, em 2022 e 2023, fator que impulsionou a adoção.


Além delas, também ganharam espaço na indústria soluções de mineração de dados, reconhecimento de fala e imagem, geração de linguagem natural, machine learning, automação de processos e até manutenção preditiva em linhas de produção.


Perfil das empresas


O levantamento mostra que o uso de IA cresce conforme o porte da companhia:

  • 57,5% das empresas com 500 ou mais funcionários utilizam IA;

  • 42,5% das que têm entre 250 e 499 empregados;

  • 36,1% das que possuem de 100 a 249 trabalhadores.


Dentro das empresas, os principais setores de aplicação são a administração (87,9%) e a área comercial (75,2%).


Os ramos industriais com maior uso de IA são:


  1. Equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos – 72,3%

  2. Máquinas, aparelhos e materiais elétricos – 59,3%

  3. Produtos químicos – 58%


Já os com menor adesão são:


  • Fumo – 22,9%

  • Couro – 20,7%

  • Manutenção, reparação e instalação de equipamentos – 19,2%


Outras tecnologias digitais avançadas


O estudo mostra que 89% das empresas industriais já utilizam ao menos uma tecnologia digital avançada. Entre elas:


  • Computação em nuvem (serviço pago): 77,2%

  • Internet das Coisas (IoT): 50,3%

  • Robótica: 30,5%

  • Big data: 27,8%

  • Manufatura aditiva (impressão 3D): 20,3%

  • Inteligência Artificial: 41,9%


A maior parte das empresas adota uma ou duas tecnologias digitais:


  • 20,8% usam apenas uma, sendo a nuvem a mais comum (64,5%);

  • 27,3% utilizam duas;

  • apenas 5% combinam as seis tecnologias pesquisadas.


Os setores com maior adoção são outros equipamentos de transporte (98,3%), máquinas e materiais elétricos (97%) e impressão/reprodução de gravações (96%). Na outra ponta, estão fumo (77,8%), madeira (76,2%) e celulose e papel (73,5%).


Benefícios percebidos


Entre os ganhos listados pelas empresas que utilizam tecnologias digitais, os principais foram:


  • Aumento da eficiência – 90,3%

  • Maior flexibilidade em processos – 89,5%

  • Melhoria no relacionamento com clientes/fornecedores – 85,6%

  • Maior eficácia no atendimento ao mercado – 82,9%

  • Capacidade de desenvolver novos produtos/serviços – 74,7%

  • Redução do impacto ambiental – 74,1%

  • Entrada em novos mercados – 43,8%


Motivações e desafios


Para 88,6% das empresas, a decisão de adotar novas tecnologias foi estratégica e autônoma. Outros fatores relevantes foram a influência de fornecedores/clientes (62,6%), da concorrência (51,9%) e de programas de apoio (28%). Apesar disso, apenas 9,1% conseguiram de fato acessar incentivos públicos.

Entre as principais barreiras, destacam-se:

  • Alto custo das soluções – apontado por 78,6% das que já usam e por 74,3% das que ainda não adotaram;

  • Falta de pessoal qualificado – 54,2% entre as que usam e 60,6% entre as que não utilizam.


Questão de sobrevivência


Segundo Peixoto, a transformação digital deixou de ser diferencial competitivo e passou a ser uma questão de sobrevivência. Ele cita como exemplo a indústria automobilística, em que a cadeia de suprimentos só funciona plenamente quando fornecedores e montadoras estão integrados digitalmente.


Teletrabalho em queda


O levantamento também aponta redução no uso do teletrabalho entre empresas industriais. A adesão caiu de 47,8% em 2022 para 43% em 2024 — o que representa 4.357 companhias.

O regime ainda é mais comum em negócios de grande porte (65,3% entre as empresas com mais de 500 funcionários) e nas áreas de administração (94,6%) e comercial (85%). Já em produção (35,5%) e logística (51,7%), o percentual é menor.


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