Dia das Crianças deve movimentar R$ 16,7 bilhões no varejo, aponta pesquisa da CNDL/SPC Brasil
- promocaoasbrafe
- 10 de out.
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Gasto médio com presentes será de R$ 297; 70% dos consumidores pretendem comprar ao menos um presente

O Dia das Crianças de 2025 deve movimentar cerca de R$ 16,73 bilhões no varejo brasileiro, segundo levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas. Cerca de 70% dos consumidores afirmam que vão às compras.
Apesar da alta participação, o gasto médio previsto é de R$ 297, valor R$ 46 menor que em 2023, o que indica perda de poder de compra e um impacto direto no volume total movimentado pelo setor.
Comportamento de compra e perfil do consumidor
De acordo com o estudo, 37% dos entrevistados pretendem gastar mais neste ano — entre eles, 43% planejam comprar um presente melhor, 37% mencionam o aumento dos preços e 33% querem adquirir uma maior quantidade de presentes.
Entre os que gastarão menos (12%), as principais justificativas são a necessidade de economizar (27%), o orçamento apertado (26%) e as dívidas em atraso (21%).
O principal motivo para as compras é o prazer em ver as crianças felizes (32%). Outros 22% mantêm o hábito de presentear, 18% veem o gesto como algo simbólico e 18% acreditam que a criança merece ser lembrada.
Já entre os que não pretendem comprar presentes, 38% dizem não ter crianças próximas, 14% priorizam o pagamento de dívidas e 12% afirmam que estão sem dinheiro.
Presentes mais procurados
Os filhos(as) são os principais presenteados (50%), seguidos por sobrinhos(as) (34%) e netos(as) (16%). Cada consumidor deve comprar, em média, 2,3 presentes.
As categorias mais populares combinam utilidade e desejo infantil:
Roupas e calçados – 43%
Bonecas e bonecos – 36%
Jogos educativos/tabuleiro – 26%
Carrinhos/aviões, bolas e chocolates/doces – 17% cada
Foco no custo-benefício e na segurança
O consumidor está mais criterioso: 48% consideram o preço determinante na escolha do local de compra, mas 46%priorizam a qualidade dos produtos, e 39% valorizam promoções e descontos.
Na escolha do presente, 30% priorizam a qualidade, acima do desejo da criança (20%) e do preço (14%). Além disso, 70% afirmam se preocupar com riscos de acidentes ou ferimentos causados por produtos sem certificação.
“O consumidor está mais cauteloso e busca a melhor relação entre qualidade e preço. A seletividade aumentou diante da percepção de preços altos e da necessidade de garantir segurança e durabilidade”, destaca José César da Costa, presidente da CNDL.
Formas de pagamento e percepção de preços
O pagamento à vista deve predominar (85%), com destaque para o PIX (50%). Ainda assim, 40% pretendem parcelar, principalmente no cartão de crédito (34%), em média em 5 parcelas.
A pesquisa de preços é uma prioridade para 76% dos consumidores, reflexo da percepção de que 62% dos produtos estão mais caros que no ano anterior.
Comemoração e comportamento familiar
A data mantém seu caráter emocional: 91% dos entrevistados pretendem comemorar o Dia das Crianças. A própria casa (37%) é o local mais citado, seguida pela casa de parentes (12%) e dos avós (7%) — indicando celebrações familiares e econômicas.
Locais externos também ganham destaque: shoppings (13%), parques de diversão (8%) e restaurantes (5%), reforçando o caráter de lazer e consumo combinado.
Mesmo com o orçamento apertado, muitos afirmam que farão questão de celebrar, o que reforça o peso simbólico e afetivo da data.
Endividamento preocupa
O levantamento mostra que 27% dos consumidores admitem gastar mais do que podem, e 12% afirmam que deixarão de pagar alguma conta para garantir o presente.
Entre os que pretendem presentear, 37% têm contas em atraso e, dentro desse grupo, 73% estão negativados. A principal fonte de recursos é o salário ou renda mensal (65%).
“O esforço em presentear é notável, mas o endividamento é um sinal de alerta. Muitas famílias priorizam o presente em detrimento das contas, o que mostra o peso emocional da data. É essencial reforçar a educação financeira e buscar alternativas criativas de presente”, alerta Roque Pellizzaro Júnior, presidente do SPC Brasil.
Metodologia
A pesquisa foi realizada via web com consumidores das 27 capitais brasileiras, de todas as classes sociais, com idade a partir de 18 anos.Foram 842 entrevistas no total e 600 com pessoas que pretendem comprar presentes.A margem de erro é de 4,0 p.p. entre os que vão comprar e 3,4 p.p. no geral.A coleta de dados ocorreu entre 28 de agosto e 4 de setembro de 2025.







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