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Reforma tributária e os novos desafios fiscais e operacionais para o e-commerce

Fonte: Banco de Imagens Canva
Fonte: Banco de Imagens Canva

O e-commerce brasileiro segue em expansão acelerada. Em 2024, o setor registrou crescimento de 10,5% em relação a 2023, segundo a ABComm, e deve ultrapassar R$ 234 bilhões em faturamento em 2025.


No entanto, o avanço da Reforma Tributária (Emenda Constitucional nº 132/2023) impõe novos desafios para o comércio eletrônico. A substituição de PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS por um IVA Dual — formado pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), de competência federal, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), de caráter estadual e municipal — promete simplificar o sistema, mas também traz riscos fiscais e mudanças operacionais significativas.


Impactos logísticos e no modelo de negócios


A principal inovação da reforma é a adoção do princípio do destino, que estabelece a cobrança do imposto no local de consumo. Essa mudança busca acabar com distorções como a guerra fiscal, mas afeta diretamente empresas que estruturaram suas operações com base em benefícios regionais.


Na prática, o e-commerce poderá enfrentar:


  • Reconfiguração da malha logística, com possível descentralização de centros de distribuição;

  • Aumento dos custos de frete e dos prazos de entrega, devido à redistribuição da carga tributária entre estados;

  • Necessidade de rever políticas de precificação, já que as alíquotas estarão vinculadas ao local de destino da mercadoria.

A Abralog já alertou que os impactos da reforma podem gerar elevação nos custos de transporte e no aluguel de galpões logísticos.


Desafios para marketplaces e PMEs


Os marketplaces terão papel ainda mais crítico, já que precisarão garantir o repasse correto dos tributos aos entes federativos e a emissão precisa de notas fiscais. Isso exigirá sistemas de gestão fiscal avançados, capazes de calcular alíquotas por destino e manter conformidade com a nova legislação.


Para pequenos e médios lojistas, o cenário é mais delicado. As MPEs, que operam com margens reduzidas, podem perder competitividade diante da padronização das alíquotas e do fim de incentivos fiscais regionais. Há ainda discussões sobre a redução da atratividade do Simples Nacional em alguns segmentos, o que pode forçar empresas a migrar para regimes mais complexos e onerosos.


Com isso, a expectativa de maior racionalidade tributária pode não se traduzir em ganhos homogêneos: enquanto grandes players têm recursos para investir em tecnologia, logística e compliance, os pequenos negócios correm o risco de ficar em desvantagem.


Estratégia e digitalização como caminhos


Diante desse cenário, o e-commerce precisará reorganizar seu planejamento fiscal e sua cadeia logística. O uso de ferramentas digitais de gestão tributária será essencial não apenas para manter conformidade, mas também para explorar cenários estratégicos mais vantajosos.


A digitalização ainda traz outra vantagem: o monitoramento em tempo real das atualizações normativas, especialmente importante considerando que o período de transição da reforma se estende até 2033.


Conclusão


Para o e-commerce, a reforma tributária representa mais que uma mudança regulatória: é uma questão de sustentabilidade financeira, fiscal e operacional. Empresas que adotarem uma postura proativa, ajustando logística, precificação e sistemas de compliance, terão melhores condições de navegar no novo ambiente tributário — que já começa a se desenhar no horizonte.


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