Incertezas após tarifaço de Trump podem levar Copom a encerrar altas da Selic já em maio, diz Inter
- Marketing ASBRAFE
- 8 de abr.
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O Comitê de Política Monetária (Copom) pode encerrar o ciclo de alta da Selic já na reunião de maio, com o aumento da incerteza após os Estados Unidos (EUA) anunciarem uma série de tarifas recíprocas, afirma o Inter.

“O cenário que já era complexo ficou consideravelmente mais incerto”, dizem os economistas André Valério e Rafaela Vitória.
O Copom já aumentou os juros em 3,75 pontos percentuais (p.p.) desde o início do ciclo e, com mais uma alta prometida, o cenário demandará prudência por parte da autoridade monetária. Vale destacar que, na reunião de março, foi projetado mais um aumento na Selic, mas menor do que os anteriores.
Os diretores do Banco Central (BC) precisarão averiguar o impacto combinado das medidas de aperto monetário e dos eventos internacionais. “Assim, podemos ter o fim do ciclo na próxima reunião”, afirmam.
O Inter mantém a projeção de alta de 0,50 p.p. nos juros em maio. Com isso, a taxa subiria do atual patamar de 14,25% para 14,75% ao ano.
Os economistas da instituição, no entanto, reconhecem que o mercado pode precificar de uma alta menor, a depender do desenvolvimento dos fatos nos próximos dias.
O impacto das tarifas de Trump sobre o Brasil
O Brasil recebeu a menor tarifa, de 10%, dos EUA. A China e a União Europeia, por exemplo, receberam tarifas de 54% e 20%, respectivamente.
O impacto sobre a economia brasileira é misto, avaliam Valério e Vitória, do Inter.
Por um lado, o fato do Brasil ter recebido a menor alíquota, coloca as exportações brasileiras para os norte-americanos em posição privilegiada, podendo ganhar market-share.
Caso haja retaliações por parte dos outros países, o Brasil também pode ver um aumento na demanda por suas exportações. Esse movimento, porém, depende do impacto das tarifas sobre a economia do resto do mundo, em particular da União Europeia e da China. “Se a China entrar em recessão por conta das tarifas de 54% em seus produtos, podemos ver um efeito líquido negativo nas nossas exportações”.
Por outro lado, os juros futuros podem cair, acompanhando o movimento global. Entretanto, isso não é positivo, pois reflete uma visão de recessão na economia americana, o que pode se transformar em uma recessão global.
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