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Com Selic alta e incertezas econômicas, famílias paulistanas terminam o ano mais inseguras sobre consumo

Dois indicadores da Federação que mensuram os comportamentos para consumir registram quedas anuais: o ICF, de 5,9% e o ICC, de 4,3%


O consumo das famílias paulistanas foi oscilante ao longo de 2024. Não é à toa que o Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), vai terminar o ano com queda de 5,9% na análise mensal em relação ao mesmo período de 2023. O indicador, que mensura o quanto elas estão dispostas a consumir, fechará dezembro em 108,5 pontos – era 113,3 há doze meses [gráfico 1]. Já o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), que mede o otimismo das famílias em ir às compras, terminará o ano em retração de 4,3%, com 125,6 pontos [gráfico 2].


Embora os índices permaneçam acima dos 100 pontos — marco que separa otimismo e pessimismo —, os dois desempenhos são reflexos da insegurança das famílias em meio a um cenário macroeconômico que começa a se mostrar desafiador, com a manutenção da taxa Selic em níveis elevados (fechando o ano acima de 12%), o que dificulta o acesso ao crédito e desestimula o consumo, especialmente de bens de maior valor agregado.


ÍNDICE DE CONSUMO DAS FAMÍLIAS (ICF)
ÍNDICE DE CONSUMO DAS FAMÍLIAS (ICF)

ÍNDICE DE CONFIANÇA DO CONSUMIDOR (ICC)
ÍNDICE DE CONFIANÇA DO CONSUMIDOR (ICC)

No comparativo mensal, dezembro ainda apresentou alta de 2,8% no caso do ICF e de 1,4% no ICC, impulsionados por fatores sazonais, como o pagamento do 13º salário (em um país que está perto do pleno emprego) e as promoções de fim de ano. Apesar desse alívio temporário, a tendência anual reforça uma adaptação das famílias a um ambiente de maior incerteza, com priorização de gastos essenciais e adiamento de aquisições de longo prazo.


Os subíndices do ICF exemplificam esse cenário: a variável "Renda Atual", por exemplo, foi o principal destaque positivo de 2024, crescendo 3,5% em 12 meses. Ela, que analisa o quanto as famílias estão otimistas com a situação do orçamento doméstico, terminará o ano em 141,1 pontos. Essa alta foi sustentada pelos reajustes salariais e benefícios sazonais que melhoraram os rendimentos delas ao longo do ano. Foi, de longe, a melhor variável do indicador.


Por outro lado, o quesito "Momento para Duráveis” foi o pior, registrando ao longo dos meses uma oscilação que o fará terminar abaixo da casa dos 100 pontos (82,1), o que evidencia a cautela das famílias em meio às pressões econômicas e do endividamento [gráfico 3].


ÍNDICE DE CONSUMO DAS FAMÍLIAS (ICF)
ÍNDICE DE CONSUMO DAS FAMÍLIAS (ICF)

Perspectivas para 2025

Para a FecomercioSP, considerando esses números, o desempenho da economia em 2025 dependerá de três pilares: a inflação, a política monetária e a condução das contas públicas. 

 

No primeiro caso, os preços devem permanecer acima da média no ano que se aproxima. As projeções da Entidade sugerem que a inflação de 2025 seja de 4,8%, e a de 2026 fique em 4,6%. Será necessário manter a disciplina fiscal e adotar políticas que garantam estabilidade nos preços, especialmente nos setores de serviços e bens essenciais, como alimentos e energia. 

 

Já a Selic, em torno de 12,25% ao ano, continuará desempenhando papel fundamental nessa conjuntura. A flexibilização monetária será essencial para aliviar as restrições de crédito, estimular o consumo e incentivar investimentos, especialmente em setores como a construção civil, que tem potencial de gerar empregos. 

 

Outro elemento de atenção é o cenário fiscal: a percepção da condução das contas públicas e a aprovação de reformas estruturais será decisiva para a taxa de câmbio e das expectativas inflacionárias. 

 

O que fazer?

A recomendação para os consumidores em meio a essa conjuntura é reduzir o endividamento o máximo possível, com foco no pagamento de dívidas e na minimização da exposição a taxas de juros elevadas. O planejamento financeiro será essencial para as famílias enfrentarem o cenário de consumo cauteloso.

 

Já os empresários precisarão adotar estratégias que priorizem a eficiência operacional, otimizando custos e processos para enfrentar margens mais apertadas. Uma nova tendência é no investimento em marketing digital para captar a demanda residual e fidelizar consumidores. 

 

Além disso, promoções e condições facilitadas de pagamento, aliadas à inovação no atendimento e à personalização da experiência do cliente, serão diferenciais importantes para enfrentar a concorrência e melhorar os resultados em um cenário desafiador.

 

Notas metodológicas

ICF

O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde janeiro de 2010, com dados de 2,2 mil consumidores no município de São Paulo. O ICF é composto por sete itens: Emprego Atual; Perspectiva Profissional; Renda Atual; Acesso ao Crédito; Nível de Consumo; Perspectiva de Consumo e Momento para Duráveis. O índice vai de zero a 200 pontos, no qual abaixo de cem pontos é considerado insatisfatório, e acima de cem pontos, satisfatório. O objetivo da pesquisa é ser um indicador antecedente de vendas do comércio, tornando possível, a partir do ponto de vista dos consumidores e não por uso de modelos econométricos, ser uma ferramenta poderosa para o varejo, para os fabricantes, para as consultorias, assim como para as instituições financeiras.

 

ICC

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde 1994. Os dados são coletados com aproximadamente 2,1 mil consumidores no município de São Paulo. O objetivo é identificar o sentimento dos consumidores levando em conta suas condições econômicas atuais e suas expectativas quanto à situação econômica futura. Esses dados são segmentados por nível de renda, sexo e idade. O ICC varia de zero (pessimismo total) a 200 (otimismo total). Sua composição, além do índice geral, se apresenta como: Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) e Índice das Expectativas do Consumidor (IEC). Os dados da pesquisa servem como um balizador para decisões de investimento e para formação de estoques por parte dos varejistas, bem como para outros tipos de investimento das empresas.

 

Sobre a FecomercioSP

Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.

 

Mais informações

Gestão da Comunicação

 

Assessoria de imprensa FecomercioSP

Vinícius Mendes — (11) 96860-1503

Arlete Moraes — (11) 94291-8055

Ana Maria Ribeiro — (13) 99147-3138

Andressa Knop — (11) 94089-4086

 

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