Alta de preços sustenta faturamento, mas vendas recuam no varejo alimentar
- promocaoasbrafe
- 31 de jul.
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Apesar da desaceleração da inflação dos alimentos nos últimos meses, os brasileiros ainda não sentiram alívio significativo no bolso. No primeiro semestre de 2025, o consumidor adotou uma postura mais cautelosa nas idas aos supermercados e atacarejos, conforme aponta um estudo da Scanntech sobre o desempenho do varejo alimentar no período.
O levantamento mostra que, embora o setor tenha registrado um crescimento de 5,8% no faturamento, as vendas em unidades recuaram -1,4% em relação ao mesmo período de 2024. Esse crescimento do faturamento foi sustentado principalmente por um aumento de 7,3% nos preços, e não pelo volume de vendas.
A única cesta que apresentou crescimento em volume foi a de Perecíveis, impulsionada por frutas, legumes, verduras e ovos. Em contrapartida, a categoria de Mercearia Básica foi a que mais retraiu, impactada pelo aumento mais intenso nos preços.
Ticket médio sobe, mas consumidor compra menos
O comportamento de compra do consumidor reforça a tendência de cautela. O ticket médio subiu 6,2%, indicando que o brasileiro está gastando mais a cada visita. No entanto, a quantidade de itens por compra caiu 1% e o número de visitas às lojas também teve uma leve retração de -0,4%.
Esse movimento acompanha a queda de 0,8 ponto no Índice de Confiança do Consumidor da FGV em comparação com maio, refletindo o ambiente de maior incerteza, com juros elevados e crescimento da inadimplência.
“Além das altas recorrentes nos preços, há fatores externos que pressionam o orçamento familiar. Isso leva o consumidor a adotar uma postura mais racional diante das gôndolas, trocando produtos por versões mais baratas ou comprando apenas o essencial”, explica Priscila Ariani, diretora de Marketing da Scanntech. “Mesmo com a inflação em desaceleração, essa melhora ainda não foi percebida de forma concreta na rotina de compras”, completa.
Retração é mais visível em março e junho
Na análise mês a mês, apenas janeiro e abril — este impulsionado pelas vendas da Páscoa — apresentaram crescimento no volume vendido. Nos demais meses, o volume de unidades comercializadas caiu, com destaque para março e junho, que registraram as quedas mais acentuadas: -4,1% em ambos.
Nesses meses, mesmo com os aumentos de preços, o crescimento do faturamento foi modesto: 1,3% em março e 3,2% em junho, evidenciando o impacto direto da perda de poder de compra sobre o desempenho do setor.







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